quarta-feira, 30 de julho de 2008

Sem amor, só a loucura.


Faz quinze minutos que eu estou olhando para este teclado, está uma situação engraçada, porque eu olho pra ele com tanta ânsia e ele me olha com esse desdém. Eu nem estou prestando atenção nas palavras que eu estou escrevendo, mas o que me fascina é o movimento dos meus dedos batendo aqui tão sem rumo quanto está a minha vida.
Eu escuto ‘Real Love’ e me pergunto se isso existe. Ou melhor, porque a gente associa coração com amor? Não compreendo. Eu acho que é porque quando não se ama, a vida da gente fica tão sem sentido que é como se você estivesse meia-morta. Não sei se fui clara, mas é como se a vontade de pulsar não houvesse mais.
Sabe, todo mundo me acha precipitada e eu concordo, mas é que as coisas são sempre rasteiras comigo. Se eu não me precipitar, lá na frente eu caio por isso eu sempre deito antes.
Calma, tu estas me acompanhando? Não, nem eu! Eu desisti de me acompanhar porque é o velho ditado não achas? “Antes só do que mal acompanhado”. Ah, e porque tanto pessimismo? Não esquenta, é cansaço mesmo.
Comecei a apelar, ta na hora de acabar esse texto. Mas minhas mãos batendo aqui formam uma cena legal, é bom bater aqui. Não, eu não estou louca! Sei lá, quase lá, mas esse teclado é bom. Ah, a música está dando uma ótima trilha sonora, apesar de não entender da missa a metade, ‘is real love’, será que eu sei? Diz-me você. Existe?

segunda-feira, 28 de julho de 2008

Mais um


Eu te falei que tomar tanto chá não ia resolver o teu problema-de-sonhos-proféticos e também que comer o dia inteiro não ia resultar em nada bonito nas palavras durante à noite. Você tem lido pouco, vomitado demais!
Você não me ouviu. Foi lá, ligou aquele axé tenebroso no rádio, como se ‘all you need is love’ fosse perder o tom. Tu és ridícula! (Já te falei isso).
Ficou o dia todo de pijama, como se fosse esquecer o roxo da blusa que você usara.
Agora tu estás aí, cheia de dúvidas, de caminhos incertos, enquanto essa roda gigante traiçoeira gira feito louca lá fora, pronta pra te dar uma rasteira e te jogar pra fora. Era muito previsível essa tua dor de cabeça incessante depois de tanta comida suja, industrializada, e tanta Coca-Cola numa simples tarde de segunda-feira.
Nem precisa me contar que tu sonhaste com ele essa noite, né? Eu posso ver. Essa tua carinha de muito contente já não me convence mais. Não adianta bancar a distante, porque essa tua vidinha em ‘paz’ só torna teus pensamentos mais turbulentos e tuas dúvidas mais salientes.
Agora pega teu lápis azul-cor-do-céu e traça mais uma linha horizontal, idêntica àquela de um mês atrás. Só reza bastante pra que dessa vez não doa tanto no final.







'Do you need anybody? I need somebody to love.'

terça-feira, 22 de julho de 2008

Lucidez (ou loucura em excesso)


Chorarás demais, pensará em como matar a dor sem tirar uma vida, gritará (gritará muito), ficará em silêncio (na maioria das vezes), esperará o toque do telefone, viverá afundada em uma xícara de chá.
Exagerei.
Não é bem assim. Vamos tudo de novo:
Chorará, rasgará as cartas, escreverá sobre amor e decepção.
É! Razoável.
Horrível, na verdade.
Vida chata, turbulenta, que eu tenho me introduzido. Essas palavras sempre tão repetidas, como se fossem uma epigrafe. Eu queria escrever algo inédito, sair um pouco dessas idéias ridículas, de realidades inventadas. Justificável, pensando que esse ciclo CHATO me persegue desde a época jurássica – ou era do gelo (como quiser). Tudo bem, tudo bem, mais uma hipérbole.
Resta-me apenas desejar que as minhas palavras cheguem até você como êxtase e não nessa languidez viciosa; que você saiba que mais forte que as minhas palavras, é só esse impulso que me joga no ar na esperança de um dia poder voar.
Agora eu vou insistir na fantasia de que o telefone esta ‘mudo’. Maldito. Há mais de dias insiste em não tocar. Perdoem essas minhas mentiras (são as únicas coisas que restam pra eu vomitar).

sábado, 19 de julho de 2008

Recordações

Penso: como houve coisas ocultas. Tantos gestos. Pequenos. Recordo vagarosamente daquelas ações bonitas, puras. Foram noites e noites dormindo olhando para tua imagem, algumas vezes interrompidas pelas lágrimas indesejadas de saudade. Doía. Doía involuntariamente. Indesejadamente. Ocorre-me de lembrar do dia em que meu avô partiu: um exemplo de algo oculto aos teus olhos.
Eram 7 horas da manhã do dia 27 de maio, quando me deram à notícia. No momento eu fiquei estaticamente bem (isso porque a informação não tinha surtido o efeito devido).
Lavei o rosto - depois de deixar cair uma lágrima - e em seguida me vesti. Enquanto isso relembrava do teu rosto que há mais de quatro dias já não via, limpava meus medos, minhas saudades. Segurei firme naquele coração que me deras na data do meu aniversário e foi como se tudo ficasse mais ameno. Entrei no carro (ainda segurando o teu coração) e fui levar o meu ultimo adeus.
O dia foi cinza, mas todas as vezes que recordava do teu abraço o meu céu ficava tão azul que parecia ser pintado. Com o passar das horas eu já não evitava o desespero, todavia era uma morte normal das coisas.
Depois de algum mês eu tive outra perda, outro adeus (mas eu ainda segurava o teu coração). Era uma morte anormal. Já não lembrava mais dos teus abraços de conforto e nem das tuas palavras raramente doces. Baseada em fatos decidi não lembrar mais de você: plano frustrado.
Hoje eu penso que tudo o que fiz foi correto. Depois de meses se lamentando e procurando erros, eu percebo que não precisaria voltar no tempo (continuaria mesmo assim, segurando teu coração) pra corrigir nenhuma falha. Eu gosto mesmo é das coisas alvas.
Penso que tudo que tivemos foi um conto de fadas que teve um final feliz. Digo isso porque era exatamente o que chamo de amor inventado, inodoro, incolor, eternizado nas minhas palavras, mas esquecido na realidade dessa presente dor.

domingo, 13 de julho de 2008

Uma despedida, apenas.


Oi. Eu diria.
Você pegou tuas coisas, com as mãos cansadas. Cansadas de segurar aquilo que já não era mais seu. Se foi a tanto.
Ela sorria. E o sorriso era para afastar quem não a quisesse ver feliz.
Tem uma estrada logo aí na frente, mas o céu já não está mais azul como à três quarteirões atrás. Ao longo dessa, deixaste cair muitas cores, dentre elas TRANQÜILIDADE. Azul!
Resta-lhe agora, apenas verde. Um lápis velho, muitas vezes esquecido e desapontado. A de sempre: ESPERANÇA.
A garota que acreditou em tantos contos de fadas, mesmo sabendo que nem sempre eles teriam finais felizes – pelo menos no mundo real -, mas ela sempre preferiu fantasias, o que seria da vida se não fosse à magia de sonhar?
Diga a ela sobre beleza. Interior. Conte-lhe sobre grandiosidade, a sua imperfeição perfeita. Convença-a não parar tão cedo, permanecer inundada no seu sorriso, mesmo que por dentro a lágrima da saudade, decepção a tormenta como nunca.
À você, que seja feliz, de preferência em boa companhia.
Já ela, sempre se virou com a solidão – até a cai bem-. Sonhou, chorou, mas é feliz e vazia também! Parece incrível, mas ela ainda está sorrindo.

Adeus, amor! Fui. Não volto jamais.

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13 de julho de 2008, às 4h e 15 min da manhã.

segunda-feira, 7 de julho de 2008

Um conto e um ponto


Esse ciclo vicioso de falar coisas bonitas e depois fugir, sumir em meio à euforia é o que mais me dói, literalmente. Não compreendo porque falaste em eternidade, em amor, em vida, associando essas coisas tão fortes comigo. Ironia? Não se sabe. Mas ao menos tu te iludiste com um amor que não existia em ti e conseqüentemente me fez acreditar na veracidade desse sentimento fajuto, que permaneceu apenas no papel.
Você não sabe, mas eu já não acredito mais em contos, como esse. Você tentou brincar com as palavras e eu preferi um ponto.
Não nego, essa falta me corrói. Mas é uma angustia real, portanto melhor do que a ilusão das tuas promessas falsas. Não pense que eu te quero mal, ou que eu – assim como tu – falei de amor em vão, essa palavrinha antiga e sagrada. Se falei que lhe amava, que precisava muito muito de você provei com as minhas ações, sem esperar nada. Sempre fui incondicional.
Recordo de uma primeira vez em que falara que cuidaria e resistiria a tudo e a todos, me questiono se fui tão errada em acreditar que tu eras capaz de ser verdadeiro - nessa já segunda chance.
Brincaste com a palavras, porém esqueceste que sou aliada a elas.
Cara, eu estou com a consciência limpa, o coração um pouco apertado de saudade - confesso -, mas eu sinto que eu estou vivendo. Esquecendo do quão quis acertar enquanto tu insistias em errar. Let it be, tu perdeu! Pelo menos essa certeza eu tenho: o erro não foi meu!