Hoje à tardinha o céu me parecia uma pintura, provavelmente meu saudoso Salvador Dali, se ainda vivo estivesse, pintaria o sol como uma flor e minha mão a segura-la. O azul era típico de pintura a óleo, me trazia lembranças (sempre as tenho quando presto atenção no azul).
Alguma coisa estava sendo anunciada naquele pôr-do-sol, um resquício de esperança, um registro literário, ou até mesmo a pintura (dom que não tenho). Eu aguardava uma surpresa, uma carta. Não. Eu aguardava uma volta. Não. Um resquício, apenas.
Aquele glamour avermelhado, aqueles azuis - malditos azuis – nos vestidos, nos sapatos e no céu. Era um renascer. Ela voltara. Tu nasceste acompanhado por uma flor. Lindo e sem najas.
Menos por um relicário antigo, eu abro minha alma elegante e sincera (já perdida a alguns anos de convívio turbulento). Você é isso, eu sou aquilo. Ela é o temático enredo para mais uma ameaça de dar-certo: Bienvenue printemps!
Algumas voltas, alguns livros, alguns problemas de dilatações e você me aparece em rosa, em vermelho, amarelo, roxo. Céu azul, alma branca. Renovação.
- Muito prazer, sua prima: Vera! Recebi tua carta e vim assim que pude.
Pré-destino. Agora já sei que és primavera e que te quero sem vergonha. L’amour? Uhum...